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EBA - Empresa Brasileira de Armazenamento, Redex e Operações Logísticas
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Analise da ABOL mostrou cenário em 2022 e como o setor terá que se adequar; lockdowns, crises de contêineres e invasões Ucrânia-Rússia são alguns dos desequilíbrios apontados

Por Redação 


Foto: Shutterstock

Em 2022, a performance dos Operadores Logísticos (3PLs, Third Party Logistics) foi duramente impactada por fatores externos domésticos e internacionais, como os lockdowns na China, a distribuição desorganizada de contêineres pelo mundo (“Crise de Contêineres”) e a invasão da Ucrânia pela Rússia. Esses fatores geraram desequilíbrios no Supply Chain global, bem como o aumento constante do preço do combustível em função da política de Preço de Paridade Importação (PPI) adotada pelo Governo Brasileiro desde 2016.

Como resultado, por mais que os OLs associados à Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL) tenham registrado índices positivos de movimentação e faturamento desde 2021, o lucro não acompanhou na mesma proporção. De acordo com a associação, isso se deve principalmente à alta do diesel e outros insumos operacionais. 

Apenas 30% dos OLs repassaram todo o aumento desses custos para os preços cobrados dos clientes. Nesse cenário, o reajuste de contratos com embarcadores em meio às flutuações no preço do diesel, em particular até agosto, foi um dos maiores desafios do segmento em 2022.

Os Operadores Logísticos sentiram as consequências do incremento do gasóleo, que chegou a atingir 14,26% em um de seus picos. Ao todo, foram mais de 10 reajustes aplicados pelo Governo Federal durante o primeiro semestre, seguindo a política do PPI. Nesse caso, quando o preço do barril de petróleo sobe no mercado internacional, os preços dos combustíveis comercializados a nível nacional também são elevados. Vale lembrar que o diesel chega a compor, em média, 40% de todo o custo operacional do OL.

“Embora o setor tenha quebrado recordes brutos de receitas, não batemos um recorde de rentabilidade, porque os principais fatores de exploração, como o combustível, nunca foram tão dispendiosos e voláteis no passado recente. Só a partir de agosto houve uma ligeira diminuição do preço, também fruto das políticas governamentais, como em que o imposto do Estado foi reduzido e o imposto federal chegou a zero por meio de um sistema de crédito. Mas são medidas temporárias e circunstanciais, que podem não continuar no próximo ano por afetarem as receitas públicas”, afirmou a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha. 

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Internamente, o ano também foi marcado por paralisações de estradas e acessos importantes a portos pelos caminhoneiros, impactando também o abastecimento de produtos e insumos importantes para a sociedade. A cada 1 dia de paralisação, os OLs levam, em média, 4,2 dias para se recuperarem e, para 38% deles, as perdas financeiras geradas são irrecuperáveis. 

Segundo a ABOL, o setor foi resiliente e cumpriu o papel de “one stop shop”, solucionando problemas logísticos a partir de demandas e desafios trazidos pelos clientes, que vão desde a indústria de base e agronegócio ao varejo e e-commerce.  

“Estamos otimistas de que a economia nacional vai se recuperar e que continuaremos a ser um importante motor para o desenvolvimento do Brasil, uma vez que geramos 2 milhões de postos de trabalho, entre diretos e indiretos. Do ponto de vista de estratégia de expansão, os OLs terão um claro desafio quanto aos tipos de nichos e embarcadores que vão querer concentrar mais, uma vez que a pandemia trouxe novos outros players e demandas ao segmento”, apontou Marcella. Segundo ela, as empresas que começaram a oferecer serviços logísticos para o e-commerce, pela primeira vez, devido à pressão da Covid-19, por exemplo, terão de refletir se este tipo de negócio gera, realmente, um bom rendimento no médio e longo prazo.

Além de avaliar a permanência no e-commerce, os OLs terão que seguir driblando, pelo menos até março, o aumento do combustível. De acordo com o Instituto de Logística e Supply Chain (ILOs), a alta no preço do diesel continuará sendo um entrave para o setor no primeiro trimestre de 2023, já que o Brasil ainda tem defasagem de 10% no valor do combustível em relação a outros países. Em 2022, ele contribuiu para elevar os custos logísticos para 13,7% do Produto Interno Bruto (PIB), apontou a pesquisa “Panorama do Transporte de Cargas no Brasil”, elaborada pelo ILOs.

Em meio à tentativa de equilíbrio entre os mercados a serem explorados e os contratempos gerados pelo combustível, os OLs terão mais 365 dias para seguirem em defesa da criação do marco regulatório do setor. Após um avanço importante, do Projeto de Lei 3757/2020 na Câmara dos Deputados, a ABOL está mais próxima de garantir a regulamentação da atividade, reduzindo a burocracia e atraindo investimentos.

Marcella conclui a análise sobre 2022 afirmando que “foi um ano com quebra de recordes de movimentos, atingindo mais de 391 milhões de toneladas transportadas. Investimos mais de 3,4 milhões de dólares num setor estimado atualmente em 1 mil empresas, com uma idade média de 34 anos de existência no nosso país. Mostramos, mais uma vez, a nossa força diante das adversidades e seguimos, agora, para um ano à frente de um setor em crescimento. Como entidade representativa, vamos trazer à tona temas relevantes, sempre contribuindo e discutindo com as associadas as melhores estratégias para o sucesso dos negócios”.

Fonte: Mundo Logística

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