Este ano, o governo retomou o aumento gradual da mistura de biodiesel adicionado ao diesel comercial, de 10% (B10) para 12% (B12). De acordo com o cronograma oficial do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o teor deve chegar a 15% em 2026. Porém, para atender a política de descarbonização da matriz energética nacional, uma antecipação não está descartada. Cada ponto percentual a mais de mistura, cerca de 650 milhões de litros de biodiesel são produzidos. Sendo assim, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) estima que a produção deste ano ultrapasse a casa dos 7 bilhões de litros.
O diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da ABIOVE, Daniel Amaral, destaca esse crescimento. “Em 2022, o Brasil produziu 6,3 bilhões de litros de biodiesel. Esse ano, o novo cronograma de mistura trouxe mais previsibilidade para a indústria investir, por isso teremos um recorde histórico de produção que confirma o Brasil como o terceiro maior produtor mundial de biodiesel”.
Vale mencionar que, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o biodiesel brasileiro é capaz de reduzir em pelo menos 80% a emissão de gases de efeito estufa (GEE) quando comparado ao diesel de origem fóssil.
A produção de biodiesel entre 2008 (quando teve início a mistura obrigatória) e 2022 foi de 60,1 bilhões de litros. Esse volume substituiu a importação de diesel derivado do petróleo e evitou a emissão de 130 milhões de toneladas de CO?, o que equivale ao total emitido pela população do estado do Paraná no ano passado.
Qualidade comprovada
Com a entrada em vigor da Resolução ANP Nº 920/23 (RANP 920), a especificação que já era rigorosa, ficou ainda mais severa. O Brasil conta agora com o biodiesel mais controlado do mundo e também o com maior estabilidade à oxidação (parâmetro que dá a dimensão da durabilidade do combustível antes que se degrade).
Além disso, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) passou a exigir que o produto fosse completamente filtrado antes do transporte às distribuidoras. Ainda tornou obrigatória a adoção de boas práticas no produtor e no distribuidor de combustíveis.
As empresas associadas à ABIOVE, responsáveis por aproximadamente 30% de todo o biodiesel produzido no Brasil, além de incorporarem as novas exigências da ANP, atendem 100% dos requisitos do Bio+, selo que atesta a qualidade do biodiesel.
Criado pela ABIOVE em 2020, recentemente o Bio+ ganhou uma versão atualizada e mais robusta que conta com a certificação do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva.
Fonte: Canal Rural
Fonte: Transvias.com.br