Dados levantados pelo Procurement Club revelou que área de compras tende a ser cada vez mais estratégica; principal KPI ainda são o “saving” e a redução de custos operacionais
Por Redação
Uma das barreiras de aplicação efetiva da tecnologia neste setor é a falta de integração das aplicações (Foto: Shutterstock)
Pesquisa organizada pelo Procurement Club relevou que o objetivo de 52% dos executivos C-Level da cadeia de suprimentos, compras, riscos e líderes de gestão é automatizar para obter redução de custos operacionais da área, a melhoria do nível de atendimento e aumentar o foco em atividades estratégicas.
A pesquisa também apontou que pelo menos 48% dos respondentes identificam gaps de tecnologias associadas a compras e vão avaliar o mercado nesse sentido. Uma das principais barreiras de aplicação efetiva da tecnologia neste setor, segundo 32% dos entrevistados, é a falta de integração das aplicações e a qualidade das bases de dados.
Embora a área de compras esteja cada vez mais estratégica, o principal KPI é o saving e a redução de custos operacionais. Apesar de outras agendas estarem em alta e precisarem da atenção dos Compradores, a busca por redução de custos e despesas continua sendo o KPI mais importante nas empresas.
A pesquisa mostrou que 56% dos executivos entrevistados intensificarão o relacionamento junto às áreas financeiras, visando participar ativamente da construção e da gestão dos gastos Capex (despesas com bens de capital) e Opex (despesas operacionais), movimento que se torna um importante aliado na gestão de demandas.
Essa é o quarto ano da pesquisa realizada pela Procurement Club, com foco de traçar um panorama da área de Compras das empresas que atuam no Brasil e mostrar os planos de investimentos para 2024.
Nesta edição, mais de 70% dos entrevistados são da área de Compras e Suprimentos e registrou-se uma participação expressiva de empresas de serviços especializados e consultorias, além da presença dos setores automotivo, tecnologia, mídia e alimentos e bebidas. Segundo a empresa, o maior destaque da pesquisa com os diretores de Compras e Suprimentos é com relação a investimentos em tecnologia, inteligência artificial e automação.
ESG ESTACIONADO E PREOCUPAÇÃO COM A ECONOMIA
Quanto a processos, pessoas e sistemas de compras, 73% dos entrevistados apontaram que há margem de melhoria nas empresas em que atuam e que 2024 será um ano de esforços concentrados na busca por excelência.
Segundo a empresa, parte dessa tendência vem do “ajustar a casa” enquanto se aguarda um cenário mais estável em 2024 sob ponto de vista da economia: há maior preocupação com o ambiente político local em decorrência da aprovação ou revisão de reformas tributária e pela gestão econômica do atual governo. Cerca de 30% dos executivos demonstraram que as preocupações residem na continuidade do cenário inflacionário e desaceleração econômica.
Questionados sobre a governança de compras esperada para 2024, os executivos mostraram a existência de um “deck” de políticas e procedimentos em Compras como uma prática consolidada. Entretanto, nem todos conseguem garantir a conformidade.
Um dos pontos sensíveis da operação de compras é mitigar a ocorrência do Maverick Purchasing, baixa cobertura de compras ou qualquer outra ocorrência de não cumprimento das normas estabelecidas pela empresa. Este é um item relevante não somente para garantir eficiência em Compras, mas também por se tratar de um elemento fundamental de Governança, ou seja, o “G” do ESG.
De acordo com a Procurement Club, o ESG também esteve na pauta desta pesquisa, apurando quais fatores compõem a agenda e que poderão ser critérios para escolha e gestão de fornecedores em 2024. Em análise, percebeu-se que ESG é claramente uma pauta que ainda está em processo de adoção e internalização pelas empresas.
“Na pesquisa do ano de 2023, as respostas foram muito parecidas com as de 2024, ou seja, não houve evolução relevante”, afirmou a companhia em comunicado.
Conforme a pesquisa, cerca de 70% dos executivos de compras declararam que vão estruturar um plano de ESG ou intensificar estratégias, embora 60% declararam não conseguir medir ou avaliar seus fornecedores com relação ao ESG.
Fonte: Mundo Logística