Cálculo foi feito pela Confederação Nacional do Transporte; para o cenário de danos menos intensos no pavimento, estima-se que serão necessários R$ 18,9 bilhões
Por Redação
Reconstrução Rio Grande do Sul (Foto: Divulgação)
A recuperação da infraestrutura rodoviária do Rio Grande do Sul, depois das enchentes que atingiram o estado, demandará R$ 27,2 bilhões em investimentos, considerando o cenário com necessidade de intervenção mais robusta. Para o cenário de danos menos intensos no pavimento, estima-se que serão necessários R$ 18,9 bilhões.
O cálculo foi feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e faz parte do informe técnico Transporte em Foco – Enchentes no Rio Grande do Sul: Quanto será necessário para reconstruir a infraestrutura de transporte rodoviário no estado?.
A CNT consolidou os principais elementos danificados na infraestrutura rodoviária federal e estadual e em vias municipais, além de estimar o investimento necessário para a recuperação desses ativos à condição anterior ao desastre, propondo intervenções de engenharia padronizadas pelas entidades nacionais competentes.
De acordo com o estudo, os impactos sociais, ambientais e econômicos estão sendo avaliados a cada dia, à medida que setores da sociedade civil e os governos estadual e federal conseguem fazer a sua mensuração. Nos setores de transporte, infraestrutura e logística, a grande extensão de vias urbanas e de rodovias que foram alagadas por vários dias no estado restringiu severamente a mobilidade de bens e pessoas.
Além disso, houve queda de barreiras, deslizamentos, erosões, colapso da pista, alagamento e ruptura de pontes, o que comprometeu o transporte de insumos – a exemplo de alimentos, medicamentos e outros produtos essenciais – e a prestação de serviços. A mobilidade tornou-se um desafio crítico, com várias cidades isoladas e acesso restrito ao campo.
“Como entidade máxima de representação das empresas de transporte de cargas e de passageiros, a CNT defende que a execução das obras no perímetro delimitado por este estudo é urgente e imprescindível para a recuperação do RS, assim como para a competitividade das empresas de todos os setores no estado e para a segurança dos usuários das vias”, ressaltou o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa.
O Rio Grande do Sul tem importância econômica expressiva. Em 2021, o PIB (Produto Interno Bruto) do estado foi de R$ 581,28 bilhões. A parcela representa aproximadamente 6,5% do PIB do país, proveniente do setor de serviços (4,0%), indústria (1,5%) e agropecuária (1,0%).
PREVENÇÃO
A CNT aponta ainda para a importância de esforços conjuntos dos poderes público e privado para a adoção de medidas de adaptação às mudanças climáticas e reforça a necessidade de implantação de salas de situação para o acompanhamento de cenários de risco à operação e às infraestruturas de transporte no país (ferrovias, rodovias, hidrovias e terminais).
Essas ferramentas permitem a identificação das causas de problemas que levam ao comprometimento das infraestruturas e à detecção de possíveis soluções e têm o potencial de antecipar ocorrências que podem prevenir acidentes com perda de vidas, assim como soluções de tráfego com indicação de alternativas de rota.
SETOR DE TRANSPORTE PROPÕE PROGRAMA PARA MINIMIZAR PREJUÍZOS
O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do RS apresentou ao Governo do Estado o programa “MOVENDO RS/Pró-Cargas”, com uma série de ações necessárias a serem colocadas em prática para revitalizar o transporte rodoviário de cargas no Rio Grande do Sul. Informação foi divulgada em junho pela MundoLogística.
Segundo a entidade, a iniciativa busca oferecer incentivos essenciais para a renovação e manutenção das frotas, infraestrutura e empregos, em resposta aos impactos devastadores das recentes calamidades que afetaram transportadores em todo o estado.
O diretor de Gestão do SETCERGS, Roberto Machado, salientou que com a atual calamidade pública, praticamente todas empresas do Rio Grande do Sul sofreram prejuízos.
“Foram mais de 60 estradas afetadas e mais de vinte pontes que precisarão ser reconstruídas. Os desvios elevam os custos e aumentam o tempo de entrega. Se perde faturamento e daí vem o prejuízo”, descreveu.
O programa está estruturado em três pilares, que contemplem incentivos na aquisição e recondicionamento de equipamentos, melhora na política de créditos — tais como pneus, peças e outros itens, de modo a incentivar o ecossistema da indústria, do comércio e do transporte gaúchos, bem como se sugeriu a adequação do processo administrativo e dos procedimentos burocráticos de emplacamento e licenciamento.
Fonte: Mundo Logística