Levantamento da Infor e da Seal Sistemas, realizado com mais de 100 especialistas de todo o país, avaliou o nível de digitalização dos armazéns brasileiros e buscou entender o impacto das novas tecnologias em diferentes indústrias
Por Redação
Digitalização de armazém (Foto: Shutterstock)
A Infor e a Seal Sistemas lançaram a pesquisa “O Armazém do Futuro” que mostra a logística e armazenagem entre os setores com as avaliações mais baixas sobre o nível de digitalização da própria empresa. Em uma escala de 1 a 5 pontos, a nota foi de 2,59, acima apenas das indústrias farmacêutica e metalúrgica — ambas com nota 2,50.
Já os entrevistados da indústria automotiva foram os que tiveram a avaliação mais alta sobre o nível de digitalização do armazém da própria empresa (a nota foi 3,13). Na sequência, aparecem os setores de tecnologia (2,82), varejo (2,73) e manufatura (2,71).
Realizada com 124 executivos e profissionais de 97 empresas, representando diferentes indústrias no mercado brasileiro (logística/armazenagem, varejo, manufatura, tecnologia, serviços, automotivo, farmacêutica e metalúrgica), o objetivo da iniciativa foi entender o nível de digitalização dos armazéns brasileiros, as tecnologias que serão adotadas, os desafios enfrentados e os benefícios esperados dessa transformação digital.
AUTOMAÇÃO ROBÓTICA
Dados da pesquisa apontam que, na opinião dos profissionais de logística e armazenagem, que representam 27% do total, as tecnologias com maior impacto nos armazéns do futuro serão automação robótica (de acordo com 18% dos entrevistados), seguidas por WMS (sistema de gestão de armazém, na sigla em inglês) e Inteligência Artificial e Machine Learning, ambos com 16% dos votos.
Segundo o CEO da Infor no Brasil, Waldir Bertolino, nos últimos anos, os armazéns deixaram de ser um custo e passaram a ser estratégicos para as empresas. “Com essa pesquisa, buscamos entender como as organizações estão se preparando para o futuro e quais tecnologias serão fundamentais nessa jornada. Temos visto que, ao implementar um WMS, as empresas não só reduzem os custos da operação, como conseguem controlar a produtividade no nível do indivíduo. Os gestores de armazéns passaram a trabalhar em parceria com RH, avaliando a performance dos operadores e criando formas de bonificação e retenção, a partir do software”, afirmou.
Na avaliação do CEO da Seal Sistemas, Wagner Bernardes, o levantamento estratégico, não só comprova que a tecnologia está no centro das tendências globais em gestão de armazéns, como também demonstra em que medida esse movimento já está no radar de players que atuam na cadeia nacional de suprimentos.
“Por isso, é tão importante viabilizar o acesso local a soluções integradas, capazes de acelerar a automação e a digitalização de diversas atividades que fazem parte da rotina das operações logísticas e intralogísticas — desde a separação de produtos e do controle de estoque até a otimização das rotas de distribuição”, disse.
INVESTIMENTO INICIAL ELEVADO É CONSIDERADO O PRINCIPAL DESAFIO
Quando perguntados sobre quais os principais desafios a serem superados no processo de digitalização dos armazéns, o investimento inicial elevado vem em primeiro lugar para os profissionais de logística e armazenagem, com 25% dos votos, seguido da necessidade de requalificação da equipe (20%) e manutenção e atualização de tecnologia (19%).
No entanto, Bertolino desmistifica a questão. “A preocupação com o investimento alto inicial é uma herança dos tempos em que ainda não existiam soluções na nuvem. Agora, com o uso de metodologias ágeis e com as melhores práticas já embarcadas no software, o retorno do investimento acontece, normalmente, em dois anos e o tempo dos projetos é reduzido em 80% quando comparado ao passado. É preciso educar o mercado para este novo olhar”, explicou.
Entre os benefícios mais esperados pelo setor com a adoção de novas tecnologias, os mais citados foram redução de erros e retrabalhos, aumento da eficiência operacional, otimização da rotina dos colaboradores, disponibilidade de dados para apoiar decisões e redução nos custos operacionais, todos com 13% dos votos. De acordo com Bernardes, da Seal Sistemas, estas vantagens são largamente impulsionadas, principalmente, pela adoção do Voice Picking (coleta de dados por comando de voz), do WMS e da Inteligência Artificial.
“Um software WMS nativo na nuvem permite monitorar e gerenciar as atividades diárias de um armazém ou centro de distribuição, controlar o fluxo de estoque desde o recebimento até a expedição e fornecer visibilidade em tempo real das mercadorias armazenadas e em trânsito. A integração da IA em um WMS contribui para a melhoria significativa na gestão de inventário, fornecendo análises avançadas e capacidades de otimização”, ressaltou o CEO da Infor no Brasil.
Fonte: Mundo Logística