Uma tecnologia capaz de carregar veículos enquanto se movem é o foco de um novo estudo da Universidade do Texas em El Paso (UTEP), nos EUA.
O grupo de pesquisa da UTEP integra uma coalizão de engenheiros financiada pela National Science Foundation (NSF) e pelo Departamento de Energia. O objetivo é desenvolver a Transferência Dinâmica de Energia Sem Fio (DWPT, na sigla em inglês), uma tecnologia que permite o carregamento de veículos elétricos em movimento.
EM resumo, o sistema funciona com bobinas instaladas sob o asfalto, que criam um campo eletromagnético. Para captar essa energia, o veículo precisa ter um receptor que converte o campo em eletricidade para carregar a bateria ou alimentar o motor.
Vantagens
Essa tecnologia oferece várias vantagens. Além da autonomia teoricamente ilimitada, o carregamento constante permite o uso de baterias menores e mais leves. Veículos, especialmente caminhões, ganham tempo por não precisarem parar para recarga.
Segundo o professor Paras Mandal, Ph.D., de engenharia elétrica e computação da UTEP, a estrada DWPT teria almofadas transmissoras na superfície. Assim, os veículos elétricos poderiam ser carregados em movimento, sem conexão direta a tomadas.
Mandal destaca que o transporte eletrificado está evoluindo rapidamente. Por isso, entender a demanda de carga na rede elétrica é essencial. “Nossa pesquisa vai proporcionar uma visão abrangente dos novos métodos de carregamento, garantindo o uso sustentável da infraestrutura de transporte e da rede elétrica”, afirmou.
Desafios e soluções
Embora promissora, a tecnologia DWPT ainda está em desenvolvimento. Antes da adoção em larga escala, engenheiros, concessionárias e governos precisam compreender a demanda futura de carga, diz Mandal.
“Modelar essa demanda é desafiador. Engenheiros devem considerar veículos de tamanhos variados, diferentes extensões de estradas e níveis de tráfego”, explicou.
Para isso, a equipe desenvolveu um novo método de medição, chamado convolução de Toeplitz modificada (mCONV). Esse modelo matemático permite entender a demanda dinâmica de carga, considerando distâncias, fluxo de tráfego e tipos de veículos.
Próximos passos
Os próximos passos incluem avaliar como o DWPT afetará a estabilidade e a confiabilidade do sistema de energia. “A equipe do Dr. Mandal está fazendo um trabalho inovador na fronteira do nosso sistema de transporte”, afirmou Kenith Meissner, Ph.D., reitor da Faculdade de Engenharia.
Meissner destacou que o modelo ajudará autoridades locais e concessionárias a entenderem o que é necessário para implementar estradas DWPT. Isso pode acelerar a adoção de veículos elétricos.
Sobre a pesquisa
A pesquisa da UTEP faz parte do grupo ASPIRE, um Centro de Pesquisa de Engenharia da NSF. ASPIRE significa Avanço da Sustentabilidade por meio de Infraestrutura Alimentada para Eletrificação de Estradas.
Por fim, o grupo inclui universidades como Utah State University, Purdue University, University of Colorado Boulder e University of Auckland, na Nova Zelândia. A tecnologia DWPT é promissora para o futuro da mobilidade elétrica, entretanto, ainda precisa de mais desenvolvimento.
Fonte: Portal O Carreteiro
