Hubs unem as transações das cargas de importação, que vêm principalmente da Ásia, Estados Unidos e Europa, e as centraliza no Brasil para, em seguida, distribuí-las para os destinos da América Latina
Por Redação
Os hubs unem as transações das cargas de importação, que vêm principalmente da Ásia, Estados Unidos e Europa (Foto: Divulgação)
A Craft, multinacional brasileira do segmento de transporte internacional de carga consolidada, anunciou a inauguração de novos hubs de carga no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo (SP), e no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Segundo a companhia, esse tipo de conexão, que reúne diversos produtos e serviços, centraliza e otimiza as operações de importação e exportação no Brasil.
Os hubs da Craft unem as transações das cargas de importação, que vêm principalmente da Ásia, Estados Unidos e Europa, e as centraliza no Brasil para, em seguida, distribuí-las para os destinos da América Latina. Anteriormente, era preciso fazer um embarque para cada localidade, o que resultava em remessas consolidadas menores. Agora, é possível uma concentração maior, o que aumenta o volume de transportes e, consequentemente, viabiliza a negociação de tarifas mais competitivas.
Segundo o gerente de exportação aérea da Craft, Gabriel Blasi, a multinacional sempre desejou implementar esse fluxo para o Brasil, devido ao volume significativo de carga em negociações comerciais.
“Com a instrução normativa da Receita Federal, editada em dezembro de 2022, pudemos finalmente tornar esse projeto realidade. Quanto mais carga inserirmos, melhor será a negociação e as tarifas envolvidas. Isso traz ganhos nas importações, já em operação, e em breve trará benefícios nas exportações, porque existe um volume considerável de carga dos países da América Latina para outros continentes”, disse.
De acordo com a empresa, o Aeroporto de Guarulhos e o Aeroporto de Viracopos foram escolhidos estrategicamente pela Craft para instalação dos hubs devido às localizações privilegiadas e infraestruturas adequadas para operações de importação e exportação, aproveitando o volume de voos e a quantidade de destinos e origens atendidos por eles.
As obras do novo Terminal Logístico de Viracopos foram concluídas em abril, tornando-o o maior complexo de carga aérea do Brasil. Com uma ABL (Área Bruta Locável) de 15.215 metros quadrados e taxa de ocupação de 48%, o espaço tem capacidade para processar um volume de até 9,5 mil toneladas por mês, recebendo diversos tipos de produtos de importação, exportação, frete nacional e remessas expressas.
INSTALAÇÃO DOS HUBS NOS AEROPORTOS
A instrução normativa da Receita Federal que autoriza o aeroporto a realizar a baldeação internacional, uma espécie de transhipment ou troca de aeroporto, foi o que possibilitou a operação do hub da Craft nos dois pontos em São Paulo. A empresa começou a operar há aproximadamente seis meses, após um processo que levou cerca de um ano para ser aprovado.
Esse novo fluxo está disponível somente para as empresas que exerçam a atividade de agente de carga no Brasil e estejam regularmente habilitadas. É necessário o deferimento pela Receita Federal da solicitação de autorização para adotar o procedimento.
“Por ser um país grande, o Brasil possui uma oferta maior de rotas e serviços do que outros países da América Latina, como Paraguai e Uruguai”, ressaltou a gerente de importação aérea da companhia, Nathalia Bueno. “Ao trazer as cargas para o Brasil e depois distribuí-las para esses destinos, a Craft assume o controle e a responsabilidade da operação, oferecendo uma solução com maior ganho do que se os países tratassem diretamente com as companhias aéreas.”.
Embora ainda não seja possível estimar o crescimento exato do hub, a Craft já observou um aumento considerável no volume de cargas para países como o Paraguai nos últimos seis meses, com cerca de 20 toneladas de importação em 75 embarques em Guarulhos.
De acordo com dados divulgados pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), em agosto de 2022, a América Latina teve um aumento de 9% no volume de frete para companhias aéreas em comparação com agosto de 2021.
EsseTal crescimento é atribuído principalmente à oferta de novas rotas e capacidade. O levantamento da Mordor Intelligence aponta que a indústria de frete aéreo da América Latina deve crescer de US$ 1,04 bilhão em 2024 para US$ 1,28 bilhão em 2029, com um CAGR (taxa de crescimento anual composto) de 4,22% durante o período de previsão (2024-2029).
Fonte: Mundo Logística